Parque Nacional da Chapada Diamantina

Parque Nacional da Chapada Diamantina
Categoria II da IUCN (Parque Nacional)
Parque Nacional da Chapada Diamantina
Vista a partir do Morro do Pai Inácio
Localização Bahia, Brasil
Localidade mais próxima Lençóis
Dados
Área 1 521,41 km²
Criação 17 de setembro de 1985 (38 anos)
Gestão ICMBio

Localização da área do parque no Brasil
Coordenadas 12° 52' 49" S 41° 22' 20" O
Parque Nacional da Chapada Diamantina está localizado em: Brasil
Parque Nacional da Chapada Diamantina

Parque Nacional da Chapada Diamantina (abreviado como PARNA-CD, no registro oficial) é um parque nacional brasileiro criado em 17 de setembro de 1985 através do decreto federal 91.655,[1] com uma área de 152 mil hectares na região central da Chapada Diamantina, distribuído pelos municípios de Lençóis, Mucugê, Ibicoara, Andaraí e Palmeiras, no estado da Bahia.[2][3] É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[4][3]

Localização e topografia

O parque fica no bioma caatinga e abrange 152 142 hectares (375 950 acres), e é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.[4] O parque fica em parte da Chapada Diamantina, em um planalto delimitado por falésias de 41 751 quilômetros quadrados no centro da Bahia. As altitudes no planalto geralmente variam de 500 a 1 000 metros. Nas partes mais montanhosas existem vários picos de 1 600 a 1 800 metros e alguns com mais de 2 000 metros. O planalto forma um divisor de águas, desaguando de um lado no rio São Francisco e do outro nos rio Paraguaçu.[2]

O parque fica na acidentada Serra do Sincorá, a leste do planalto, uma área de estruturas dobradas e fortemente erodidas. A cordilheira é alongada na direção norte-sul e tem uma largura média de 25 quilômetros (16 milhas). Tanto ouro quanto diamantes foram encontrados na região.[5] A cordilheira força o ar úmido movendo-se para o oeste do mar para cima, o que causa níveis mais altos de chuva, particularmente no leste.[2] Existem muitos sistemas de cavernas formadas pelos rios da região.[6]

O turismo ecológico consciente dá à Chapada as melhores características de um polo de lazer que preserva a natureza. O acesso é feito por diversas entradas sem registros precisos sobre visitações. Ainda assim o ICMBio afirma que a Cachoeira da Fumaça e a Trilha dos Aleixos, onde há controle de acesso, superem os 25 000 e 15 000 visitantes anuais, respectivamente. Destacam-se também a visitação pela trilha do Vale do Pati e em direção à Cachoeira do Sossego.[3] Os principais problemas da administração do parque são os incêndios florestais, a regularização fundiária e o controle de visitantes, uma vez que põem em risco a diversidade biológica, atração turística e o abastecimento de água de Salvador por meio do Rio Paraguaçu.[3]

As correntes de ar úmido que se movem a oeste do mar para cima faz com que os níveis de precipitação fiquem mais elevados, especialmente no leste.[2] Existem muitos sistemas de cavernas formadas pelos rios da região.[6] A Gruta da Lapa Doce, por exemplo, possui 24 quilômetros de extensão.[7] Alguns locais apresentam um grande número de pinturas rupestres, como a área abrangida pela Formação Morro do Chapéu.[8]

Biodiversidade e conservação

Há poucos grandes mamíferos, mas muitas espécies de pequenos mamíferos, répteis, anfíbios, aves e insetos.[6] A proteção de aves na reserva inclui o gavião-pombo-pequeno (Buteogallus lacernulatus), águia-cinzenta (Buteogallus coronatus), borboletinha-baiana (Phylloscartes beckeri), tiriba-grande (Pyrrhura cruentata) e joão-baiano (Synallaxis whitneyi).[4] O beija-flor Augastes lumachellus é endêmico.[2]

Outras espécies protegidas incluem o guigó (Callicebus barbarabrownae), onça-parda (Puma concolor), onça-pintada (Panthera onca), gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus), tatu-canastra (Priodontes maximus) e tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla).[4]

A vegetação conta com plantas típicas da caatinga, como xerófitas em altitudes de cerca de 500 a 900 metros, vegetação de Mata Atlântica ao longo dos cursos de água, além de prados e campos rupestres mais acima. A flora endêmica inclui orquídeas Adamantinia miltonioides, Cattleya elongata, Cattleya tenuis, Cattleya x tenuata, Cleites libonni e Cleistes metallina.

O parque é classificado como categoria de área protegida II (parque nacional) da IUCN e tem o objetivo de preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a pesquisa científica, educação ambiental, lazer ao ar livre e ecoturismo.[2] As aves protegidas na reserva incluem: Buteogallus lacernulatus; Buteogallus coronatus; Phylloscartes beckeri; Pyrrhura cruentata; Synallaxis whitneyi.[4] Outras espécies protegidas incluem: Callicebus barbarabrownae, Puma concolor, Panthera onca, Leopardus tigrinus, Priodontes maximus) e Myrmecophaga tridactyla.[4]

Meio antrópico

O Parque Nacional foi implantado em uma área de ocupação e uso imemoriais que hoje se encontra sob proteção e conservação. As principais atividades desenvolvidas ao longo dos séculos pelas populações que vivem na Serra do Sincorá são a mineração, o uso de pastagens nativas, atividades agropecuárias, colheita de flores naturais, caça de animais nativos e remoção de pedras. No entanto, algumas dessas atividades cessaram com a criação do Parque.[9]

As queimadas são frequentes na área do PARNA-CD. O uso do fogo indiscriminadamente é, historicamente, algo comum e anualmente sua área sofre com a incidência de incêndios, que ali ocorrem especialmente no período entre agosto a março, e o fogo está presente nas atividades tradicionais da região da Chapada, até mesmo no interior do Parque.[9]

Ver também

Referências

  1. «DECRETO Nº 91.655, DE 17 DE SETEMBRO DE 1985». Câmara dos Deputados 
  2. a b c d e f Unidade de Conservação ... MMA.
  3. a b c d Hermes, Miriam (16 de setembro de 2016). «Parque Nacional da Chapada faz 31 anos». A Tarde. Consultado em 23 de setembro de 2016. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2017 
  4. a b c d e f Parna da Chapada da Diamantina – Chico Mendes.
  5. Chapada Diamantina National Park – Bahia Guide.
  6. a b c Saulo Queiroz da Fonseca.
  7. Roseli Senna Ganem; Maurício Boratto Viana (2006). «HISTÓRIA AMBIENTAL DO PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DIAMANTINA/BA» (PDF). Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados. 19 
  8. Elba Moraes Rêgo Töth (1997). «CHAPADA DIAMANTINA: ROCHAS PRÉ-CAMBRIANAS E PINTURAS RUPESTRES DO HOMEM PLEISTOCÊNICO». Universidade Federal de Pernambuco. CLIO – Arqueológica. 12. 194. ISSN 2448-2331 
  9. a b Sarah Moura B. dos Santos; António Bento Gonçalves; Washington Franca Rocha; Gustavo Baptista (março de 2020). «Assessment of Burned Forest Area Severity and Postfire Regrowth in Chapada Diamantina National Park (Bahia, Brazil) Using dNBR and RdNBR Spectral Indices». Geosciences (em inglês). 10 (3). ISSN 2076-3263. Consultado em 7 de abril de 2023 

Bibliografia

  • «Chapada Diamantina National Park», Bahia Guide, consultado em 9 de fevereiro de 2023, cópia arquivada em 17 de maio de 2016 
  • «Chapada Diamantina National Park», ichapada, consultado em 9 de fevereiro de 2023, cópia arquivada em 14 de agosto de 2017 
  • Parna da Chapada da Diamantina, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, consultado em 9 de fevereiro de 2023, cópia arquivada em 16 de setembro de 2016 
  • Saulo Queiroz da Fonseca, «Parque Nacional», Astrotown.de, consultado em 1 de novembro de 2016 
  • Unidade de Conservação: Parque Nacional da Chapada Diamantina, MMA: Ministério do Meio Ambiente, consultado em 4 de maio de 2016 

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Parque Nacional da Chapada Diamantina
  • v
  • d
  • e
Federais
Áreas de Proteção Ambiental
Ararinha-Azul Arquipélago de Trindade e Martim Vaz • Boqueirão da Onça
Áreas de relevante interesse ecológico
Corobobo
Estações ecológicas
Florestas nacionais
Monumentos naturais
Ilhas de Trindade e Martim Vaz e do Monte Columbia • Rio São Francisco
Parques nacionais
Refúgios de vida silvestre
Reservas biológicas
Reservas extrativistas
Sítios RAMSAR
Reservas da biosfera
Estaduais
Áreas de proteção ambiental
Bacia do Cobre - São Bartolomeu Bacia do Rio de Janeiro • Baía de Camamu • Baía de Todos-os-Santos Caminhos Ecológicos da Boa Esperança • Caraíva - Trancoso • Coroa Vermelha • Costa de Itacaré - Serra Grande • Serra do Ouro • São Desidério • Rio Preto • Dunas e Veredas do Baixo Médio São Francisco • Grutas dos Brejões - Veredas do Romão Gramacho • Guaibim • Joanes - Ipitanga Lago de Pedra do Cavalo • Lago de Sobradinho • Lagoa de Itaparica • Lagoa Encantada • Lagoas de Guarajuba • Lagoas e Dunas do Abaeté Litoral Norte • Mangue Seco • Marimbus-Iraquara Plataforma Continental do Litoral Norte • Ponta da Baleia - Abrolhos • Pratigi • Rio Capivara • Santo Antônio • Serra Branca / Raso da Catarina • Serra do Barbado • Tinharé - Boipeba
Áreas de relevante interesse ecológico
Estações ecológicas
Rio Preto • Wenceslau Guimarães
Monumentos naturais
Cachoeira do Ferro Doido Canions do Subaé
Parques estaduais
Canudos Serra do Conduru Serra dos Montes Altos • Sete Passagens Morro do Chapéu
Refúgios de vida silvestre
Serra dos Montes Altos
Municipais
Parques:
Coroa Alta • Espalhado Ilhéus • Lagoa Azul • Mucugê Praia do Espelho • Recife de Areia • Recife de Fora • Serra do Periperi
Particulares
Reserva Particular do Patrimônio Natural
Fazenda Boa Vista • Lagoa do Formoso • Fazenda Morrinhos • Fazenda Lontra/Saudade • Fazenda Kaybi • Agda • Adilia Paraguaçu Batista • Fazenda Itacira • Fazenda Boa Vista • Fazenda Sossego • Fazenda Pé de Serra • Fazenda Boa Vista • Juerama • Fazenda Forte • Fazenda Flor de Liz • Fazenda Coqueiros • Fazenda Boa Aventura • Fazenda Ararauna • Reserva da Peninha • Reserva Caroá • Reserva Fugidos • Reserva Nat. da Serra do Teimoso • Reserva Salto Apepique • Araçari • da Mata Atlântica da Manona • Guara • Reserva Panema • Fazenda Paraíso • Lagoa do Peixe • Estação Veracel/Veracruz • Fazenda Arte Verde • Lagoa das Campinas • Fazenda São João • Fazenda Retiro • Fazenda Pindorama • São Francisco da Trijunção • Fazenda Piabas • São Joaquim da Cabonha APA I, APA II • Portal Curupira • Boa União • Pedra do Sabiá • Rio dos Monos • Rio Jardim • Fazenda Avaí • Helico • Rio Capitão • Carroula • das Dunas • Mãe da Mata • Córrego dos Bois • Dunas de Santo Antônio • Ecoparque de Una • Estância Manacá • Reserva Itaguari • Fazenda Água Branca • Cajueiro • Olho-de-fogo-rendado • Curió
Estações biológicas
  • Portal do ambiente
  • Portal da Bahia
  • Portal do Brasil
Controle de autoridade
  • Wd: Q2266463
  • WorldCat
  • VIAF: 4956150325536710090009
  • WDPA: 19447
  • Museusbr: 7810
  • Wikiparques: Parque_Nacional_da_Chapada_Diamantina
  • OSM: 4722289
  • GeoNames: 9782057