Paralelismo

As retas a e b são paralelas.

Em geometria, paralelismo é uma noção que indica se dois objetos (retas ou planos) estão na mesma direção.[1]

Paralelismo de duas retas no plano euclidiano

Sejam duas retas r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} pertencentes a um plano A {\displaystyle A} . Diz-se que r {\displaystyle r} é paralela a s {\displaystyle s} ( r {\displaystyle r} // s {\displaystyle s} ) se, e somente se, r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} são coincidentes ( r {\displaystyle r} = s {\displaystyle s} ) ou se a intersecção de r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} é um conjunto vazio, ou seja, se elas não possuem pontos comuns.[2]

Teorema das retas paralelas

" Se duas retas coplanares e distintas r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} , e uma transversal t {\displaystyle t} , determinam um par de ângulos alternos (ou ângulos correspondentes) congruentes, então r {\displaystyle r} é paralela a s {\displaystyle s} ." [2] [demonstração 1][2]

O recíproco do teorema das retas paralelas, pode ser enunciado como segue:

Sejam r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} retas paralelas e distintas. Se t {\displaystyle t} intercepta ambas, então vale que os ângulos alternos (ou correspondentes) formados pela intercecção são congruentes.[2]

Caso as retas estejam no espaço, então para que sejam paralelas, elas devem determinar um único plano e não possuírem ponto comum.[3] Assim, duas retas serão paralelas se elas possuírem mesma direção.

Unicidade e transitividade do paralelismo de retas

Também conhecido como postulado de Euclides ou postulado das paralelas define que:

"Por um ponto passa uma única reta paralela a uma outra reta dada." [2]

Agora, caso r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} forem retas paralelas, bem como as retas s {\displaystyle s} e t {\displaystyle t} forem paralelas, vale que r {\displaystyle r} e t {\displaystyle t} serão paralelas. [4]

Paralelismo de uma reta e de um plano no espaço euclidiano

No espaço, uma reta e um plano são paralelos se não se intersectam, ou seja, se não possuem pontos em comum.[5]

Uma condição suficiente para a existência de retas e planos paralelos é a de que, definidos uma reta r {\displaystyle r} e um plano π {\displaystyle \pi } , com r {\displaystyle r} não contida em π {\displaystyle \pi } , se existir uma outra reta s {\displaystyle s} contida no plano π {\displaystyle \pi } , de modo que r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} sejam paralelas, então a reta r {\displaystyle r} será paralela ao plano π {\displaystyle \pi } .[4] [demonstração 2] [4]

Porém, caso a reta r {\displaystyle r} e o plano π {\displaystyle \pi } forem paralelos, então necessariamente a reta r {\displaystyle r} será paralela a uma reta do plano π . {\displaystyle \pi .} [4] [demonstração 3] [4]

Paralelismo de planos no espaço euclidiano

No espaço, há duas possibilidades para que dois planos sejam paralelos:

  1. se eles não se intersectam, ou seja, não possuem nenhum ponto em comum;
  2. se são coincidentes (iguais). [4]

Desse modo, para determinar dois planos distintos e paralelos, é suficiente que a partir de duas retas concorrentes de um dos planos, definamos o outro plano, paralelo à ambas as retas concorrentes do plano inicial,[4] ou seja, para que dois planos distintos α {\displaystyle \alpha } e π {\displaystyle \pi } sejam paralelos, deve-se ter ou α {\displaystyle \alpha } ou π {\displaystyle \pi } com duas retas concorrentes que sejam paralelas ao outro plano.[6]

Sendo assim, se dois planos α {\displaystyle \alpha } e π {\displaystyle \pi } são paralelos e distintos, todas as retas do plano α {\displaystyle \alpha } são paralelas ao plano π {\displaystyle \pi } , assim como todas as retas do plano π {\displaystyle \pi } são paralelas ao plano α {\displaystyle \alpha } . Ainda, cada uma das retas de π {\displaystyle \pi } é paralela a pelo menos uma reta de α {\displaystyle \alpha } e vice-versa.[6]

Paralelismo de retas no plano de acordo com a geometria analítica

Representa-se uma reta na geometria analítica por meio de uma equação de 1º grau que possui duas incógnitas. Para determiná-la são necessários:

  • 2 pontos distintos pertencentes à reta;

ou

  • 1 ponto da reta e o valor do ângulo de inclinação da reta.[7]

Para que três pontos ( x 1 , y 1 ) , ( x 2 , y 2 ) {\displaystyle (x_{1},y_{1}),(x_{2},y_{2})} e ( x 3 , y 3 ) {\displaystyle (x_{3},y_{3})} estejam alinhados (e portanto, pertençam à mesma reta) é necessário que o determinante

| x 1 y 1 1 x 2 y 2 1 x 3 y 3 1 | {\displaystyle {\begin{vmatrix}x_{1}&y_{1}&1\\x_{2}&y_{2}&1\\x_{3}&y_{3}&1\end{vmatrix}}}

seja igual a zero. Logo, supondo que A ( x 1 , y 1 ) {\displaystyle A(x_{1},y_{1})} e B ( x 2 , y 2 ) {\displaystyle B(x_{2},y_{2})} sejam pontos distintos pertencentes à uma reta t {\displaystyle t} , para determinar sua equação, basta resolver tal determinante com os pontos A {\displaystyle A} , B {\displaystyle B} e um ponto genérico P ( x , y ) {\displaystyle P(x,y)} pertencente à t {\displaystyle t} .[7] Os valores para P {\displaystyle P} são fixados apenas para verificar se o ponto está alinhado aos outros dois, ou seja, para concluir se o ponto pertence à reta determinada pelos outros dois pontos.

Como o resultado do determinante deve ser igual a 0, então:

| x 1 y 1 1 x 2 y 2 1 x y 1 | = 0 {\displaystyle {\begin{vmatrix}x_{1}&y_{1}&1\\x_{2}&y_{2}&1\\x&y&1\end{vmatrix}}=0}

x 1 y 2 + x y 1 + x 2 y ( x y 2 + x 1 y + x 2 y 1 ) = 0 {\displaystyle \Rightarrow x_{1}y_{2}+xy_{1}+x_{2}y-(xy_{2}+x_{1}y+x_{2}y_{1})=0}

x y 1 x y 2 + x 2 y x 1 y + x 1 y 2 x 2 y 1 = 0 {\displaystyle \Rightarrow xy_{1}-xy_{2}+x_{2}y-x_{1}y+x_{1}y_{2}-x_{2}y_{1}=0}

x ( y 1 y 2 ) + y ( x 2 x 1 ) + x 1 y 2 x 2 y 1 = 0 {\displaystyle \Rightarrow x(y_{1}-y_{2})+y(x_{2}-x_{1})+x_{1}y_{2}-x_{2}y_{1}=0}

Como a equação da reta é da forma a x + b y + c = 0 {\displaystyle ax+by+c=0} , sendo a 0 {\displaystyle a\neq 0} e b 0 {\displaystyle b\neq 0} , neste caso a = y 1 y 2 {\displaystyle a=y_{1}-y_{2}} , b = x 2 x 1 {\displaystyle b=x_{2}-x_{1}} e c = x 1 y 2 x 2 y 1 {\displaystyle c=x_{1}y_{2}-x_{2}y_{1}} .[7]

Partindo da equação geral da reta, é possível descobrir o valor do ângulo de inclinação da reta, de modo a verificar outras retas com mesmo ângulo de inclinação e portanto, paralelas.

Denotaremos por β {\displaystyle \beta } o ângulo de inclinação da reta t {\displaystyle t} . Este ângulo deve partir do eixo x {\displaystyle x} no sentido anti-horário. A tangente do ângulo β {\displaystyle \beta } é denominada coeficiente angular ou declividade da reta.[7] É comum indicar o coeficiente angular por m : {\displaystyle m:}

t g β = m . {\displaystyle tg\beta =m.}

Há quatro possibilidades para m {\displaystyle m} , as quais possuem algumas peculiaridades:

  • β = 0 ; {\displaystyle \beta =0\,^{\circ };}
  • 0 < β < 90 ; {\displaystyle 0\,^{\circ }<\beta <90\,^{\circ };}
  • β = 90 ; {\displaystyle \beta =90\,^{\circ };}
  • 90 < β < 180 . {\displaystyle 90\,^{\circ }<\beta <180\,^{\circ }.}

Caso β = 90 {\displaystyle \beta =90\,^{\circ }} , segue que a reta é paralela ao eixo y (mas o valor da tangente de 90° não está definido). Porém, se β = 0 {\displaystyle \beta =0\,^{\circ }} , observa-se que sua declividade é nula e assim, a reta é paralela ao eixo x.[7]

Para os dois outros casos, pode-se calcular m {\displaystyle m} partindo dos valores das coordenadas dos pontos A {\displaystyle A} e B {\displaystyle B} , bastando definir um ponto C {\displaystyle C} , tal que ABC seja um triângulo retângulo em C {\displaystyle C} . Sem perda de generalidade, supomos y 2 > y 1 {\displaystyle y_{2}>y_{1}} , x 2 x 1 {\displaystyle x_{2}\neq x_{1}} e fixemos C ( x 2 , y 1 ) {\displaystyle C(x_{2},y_{1})} . O cateto oposto do triângulo retângulo irá medir | y 2 y 1 | {\displaystyle |y_{2}-y_{1}|} e o cateto adjacente | x 2 x 1 | {\displaystyle |x_{2}-x_{1}|} (o valor está em módulo pois indica uma medida. No cálculo da tangente ele não será utilizado). Logo, sabendo que a tangente de um ângulo é dada pela razão entre o cateto oposto e a hipotenusa:

m = y 2 y 1 x 2 x 1 . {\displaystyle m={\frac {y_{2}-y_{1}}{x_{2}-x_{1}}}.}

Se m > 0 {\displaystyle m>0} , então a declividade será positiva. Já se m < 0 {\displaystyle m<0} , então a declividade será negativa.[7]

Porém, caso a equação da reta esteja expressa na forma reduzida, reconhecer retas paralelas a ela será mais simples, bastando observar o valor do coeficiente que acompanha a incógnita da abscissa.

Para isso, considere uma reta p {\displaystyle p} em que se conheça o valor do coeficiente angular, supomos m {\displaystyle m} , além de um ponto D ( x 0 , y 0 ) {\displaystyle D(x_{0},y_{0})} que pertença à p {\displaystyle p} . Considere também um ponto genérico P ( x , y ) {\displaystyle P(x,y)} , tal que P D {\displaystyle P\neq D} .

Sabemos que:

m = y y 0 x x 0 {\displaystyle m={\frac {y-y_{0}}{x-x_{0}}}}

y y 0 = m ( x x 0 ) . {\displaystyle \Rightarrow y-y_{0}=m(x-x_{0}).}

Se escolhermos D {\displaystyle D} de modo que ele seja o ponto em que a reta p {\displaystyle p} intercepta o eixo y, então o valor da sua abscissa será 0, e portanto, D ( 0 , y 0 ) {\displaystyle D(0,y_{0})} , ou seja:

y y 0 = m ( x 0 ) {\displaystyle y-y_{0}=m(x-0)}

y y 0 = m x {\displaystyle \Rightarrow y-y_{0}=mx}

y = m x + y 0 . {\displaystyle \Rightarrow y=mx+y_{0}.} [7]

Qualquer outra reta com um mesmo coeficiente angular m {\displaystyle m} será paralela a p {\displaystyle p} .[8]

Paralelismo no espaço euclidiano tridimensional de acordo com a geometria analítica

Retas paralelas

Seja v {\displaystyle {\vec {v}}} um vetor que passa pela origem O ( 0 , 0 , 0 ) {\displaystyle O(0,0,0)} com extremidade em F ( a , b , c ) {\displaystyle F(a,b,c)} . Então v = O F {\displaystyle {\vec {v}}={\vec {OF}}} , ou seja, v = ( a , b , c ) {\displaystyle {\vec {v}}=(a,b,c)} . A equação da reta com mesma direção de v {\displaystyle {\vec {v}}} , que passa pelo ponto F ( a , b , c ) {\displaystyle F(a,b,c)} e pela origem pode ser representada por:

Q = t v {\displaystyle Q=t{\vec {v}}}

( x , y , z ) = t ( a , b , c ) {\displaystyle \Rightarrow (x,y,z)=t(a,b,c)}

em que t {\displaystyle t} é um valor real, variando de {\displaystyle -\infty } a + {\displaystyle +\infty } e Q = ( x , y , x ) {\displaystyle Q=(x,y,x)} .

Caso o objetivo for determinar uma reta p {\displaystyle p} paralela à r {\displaystyle r} , com p {\displaystyle p} passando por um ponto P ( x 0 , y 0 , z 0 ) {\displaystyle P(x_{0},y_{0},z_{0})} , basta fazer:

( x , y , z ) = t ( a , b , c ) + ( x 0 , y 0 , z 0 ) {\displaystyle (x,y,z)=t(a,b,c)+(x_{0},y_{0},z_{0})}

( x , y , z ) = ( t a + x 0 , t b + y 0 , t c + z 0 ) . {\displaystyle \Rightarrow (x,y,z)=(ta+x_{0},tb+y_{0},tc+z_{0}).} [9]

O vetor v {\displaystyle {\vec {v}}} é chamado de vetor diretor da reta.[10] Logo, qualquer reta com mesma direção de v {\displaystyle {\vec {v}}} será paralela à reta r {\displaystyle r} . Desse modo, as retas:

r : P = A + v t {\displaystyle r:P=A+{\vec {v}}t}

s : P = B + u t {\displaystyle s:P'=B+{\vec {u}}t}

são paralelas se v = k u {\displaystyle {\vec {v}}=k{\vec {u}}} , sendo k {\displaystyle k} um número real.

Planos paralelos

A equação de um plano π {\displaystyle \pi } pode ser obtida a partir de uma reta que seja ortogonal a todos os vetores do plano e de um ponto P {\displaystyle P} pertencente ao plano.[10]

Seja u = ( a , b , c ) {\displaystyle {\vec {u}}=(a,b,c)} um vetor não nulo, ortogonal a todos os vetores de π {\displaystyle \pi } e sejam P ( x , y , z ) {\displaystyle P(x,y,z)} e P 1 ( x 1 , y 1 , z 1 ) {\displaystyle P_{1}(x_{1},y_{1},z_{1})} pontos pertencentes a π {\displaystyle \pi } . O vetor u {\displaystyle {\vec {u}}} é chamado de vetor normal ao plano π {\displaystyle \pi } . Os vetores de P 1 P {\displaystyle {\vec {P_{1}P}}} e u {\displaystyle {\vec {u}}} são ortogonais, ou seja, o resultado de seu produto escalar é 0 (por isso o vetor u {\displaystyle {\vec {u}}} não deve ser o vetor nulo, já que o vetor nulo é ortogonal a qualquer vetor):[10]

P 1 P . u = 0 {\displaystyle {\vec {P_{1}P}}.{\vec {u}}=0}

( x x 1 , y y 1 , z z 1 ) . ( a , b , c ) = 0 {\displaystyle \Rightarrow (x-x_{1},y-y_{1},z-z_{1}).(a,b,c)=0}

a ( x x 1 ) + b ( y y 1 ) + c ( z z 1 ) = 0 {\displaystyle \Rightarrow a(x-x_{1})+b(y-y_{1})+c(z-z_{1})=0}

a x a x 1 + b y b y 1 + c z c z 1 = 0 {\displaystyle \Rightarrow ax-ax_{1}+by-by_{1}+cz-cz_{1}=0}

a x + b y + c z = a x 1 + b y 1 + c z 1 . {\displaystyle \Rightarrow ax+by+cz=ax_{1}+by_{1}+cz_{1}.}

a x 1 + b y 1 + c z 1 {\displaystyle ax_{1}+by_{1}+cz_{1}} é comumente denotado por d {\displaystyle d} e assim:

a x 1 + b y 1 + c z 1 = d . {\displaystyle ax_{1}+by_{1}+cz_{1}=d.}

Qualquer ponto que satisfaça a equação anterior pertence ao plano π {\displaystyle \pi } .[10]

Sendo assim, dois planos serão paralelos se os seus vetores normais forem paralelos, ou seja, para

α : a 1 x + b 1 y + c 1 z + d 1 = 0 {\displaystyle \alpha :a_{1}x+b_{1}y+c_{1}z+d_{1}=0}

e

β : a 2 x + b 2 y + c 2 z + d 2 = 0 {\displaystyle \beta :a_{2}x+b_{2}y+c_{2}z+d_{2}=0}

vale que α {\displaystyle \alpha } e β {\displaystyle \beta } serão paralelos se

a 1 a 2 = b 1 b 2 = c 1 c 2 . {\displaystyle {\frac {a_{1}}{a_{2}}}={\frac {b_{1}}{b_{2}}}={\frac {c_{1}}{c_{2}}}.} [9]

Ainda, α {\displaystyle \alpha } e β {\displaystyle \beta } serão paralelos e distintos se não houver pontos em comum entre eles, caso contrário α {\displaystyle \alpha } e β {\displaystyle \beta } serão coincidentes e todos os pontos pertencentes a um pertencerão ao outro.

Reta e plano paralelos

Para que uma reta t {\displaystyle t} seja paralela a um plano α {\displaystyle \alpha } , basta que t {\displaystyle t} seja ortogonal ao vetor normal do plano. Logo, para a reta

t : ( x , y , z ) = α ( a 1 , b 1 , c 1 ) + ( x 0 , y 0 , z 0 ) {\displaystyle t:(x,y,z)=\alpha (a_{1},b_{1},c_{1})+(x_{0},y_{0},z_{0})}

e o plano

β : a 2 x + b 2 y + c 2 z + d = 0 {\displaystyle \beta :a_{2}x+b_{2}y+c_{2}z+d=0}

segue que se os produto escalar dos vetores ( a 1 , b 1 , c 1 ) {\displaystyle (a_{1},b_{1},c_{1})} e ( a 2 , b 2 , c 2 ) {\displaystyle (a_{2},b_{2},c_{2})} , respectivamente o vetor diretor da reta t {\displaystyle t} e o vetor normal do plano β {\displaystyle \beta } , resultar em 0, então t {\displaystyle t} e β {\displaystyle \beta } serão paralelos.[9]

Porém, há duas possibilidades. Caso a reta t {\displaystyle t} e o plano β {\displaystyle \beta } possuam pontos em comum, então t {\displaystyle t} estará contida em β {\displaystyle \beta } e de acordo com o paralelismo de uma reta e um plano no espaço euclidiano, t {\displaystyle t} e β {\displaystyle \beta } não serão paralelos. Caso não haja nenhum ponto em comum, então t {\displaystyle t} não estará contida em β {\displaystyle \beta } e t {\displaystyle t} e β {\displaystyle \beta } serão paralelos.

Demonstrações

  1. Demonstração: Hipótese (fato, condição já definida no enunciado do teorema): r {\displaystyle r} , s {\displaystyle s} , t {\displaystyle t} pertencem a um mesmo plano, supomos α {\displaystyle \alpha } , com r {\displaystyle r} distinta de s {\displaystyle s} e os ângulos â e ê são congruentes (possuem a mesma medida), sendo â e ê ângulos alternos das retas r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} interceptadas por t {\displaystyle t} . Tese (o que deve ser provado de acordo com o enunciado do teorema): r {\displaystyle r} é paralela à s {\displaystyle s} ( r {\displaystyle r} // s {\displaystyle s} ). Sem perda de generalidade, supomos que â seja o ângulo pertencente a intersecção entre as retas r {\displaystyle r} e t {\displaystyle t} e que ê seja o ângulo pertencente à intersecção entre as retas s {\displaystyle s} e t {\displaystyle t} , onde â e ê são ângulos alternos internos. Se r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} não fossem paralelas, então existiria um ponto P {\displaystyle P} comum à r {\displaystyle r} e à s {\displaystyle s} , ou seja, r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} iriam se interseccionar. Considerando agora os pontos A {\displaystyle A} e B {\displaystyle B} , respectivamente intersecções das retas r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} com a transversal t {\displaystyle t} , teríamos o triângulo ABP. De acordo com o teorema do ângulo externo, que define que no triângulo, qualquer um de seus ângulos externos é maior do que cada um dos ângulos internos não adjacentes a ele, teríamos as seguintes possibilidades:
    1. se o ângulo ê fosse interno ao triângulo ABP, então â seria maior que ê.
    2. se o ângulo â fosse interno ao triângulo ABP, então ê seria maior que â.
    Por 1. e 2., segue que:
    â > ê ou ê > â
    o que, de acordo com a hipótese â {\displaystyle \equiv } ê, é um absurdo. Logo, r {\displaystyle r} é paralela a s {\displaystyle s} (ou r {\displaystyle r} // s {\displaystyle s} ). Note que se â e ê forem ângulos alternos externos congruentes, basta utilizar seus ângulos opostos pelo vértice. Suponha que sejam, respectivamente â' e ê'. Como â {\displaystyle \equiv } â' e ê {\displaystyle \equiv } ê', então â' {\displaystyle \equiv } ê'. Perceba que â' e ê' são ângulos alternos internos e o teorema vale, como provado anteriormente. Assim, segue que o teorema das retas paralelas vale para ângulos alternos externos congruentes. Para provar o caso de ângulos correspondentes congruentes, basta utilizar novamente os ângulos opostos pelo vértice. Assim, se â e ê forem ângulos correspondentes (supomos â externo e ê interno), então representando o ângulo oposto pelo vértice de â por â', teríamos, â {\displaystyle \equiv } â' e â {\displaystyle \equiv } ê, de modo que, ê {\displaystyle \equiv } â'. Como ê e â' são ângulos alternos internos, segue que o teorema vale para ângulos correspondentes congruentes.
  2. Demonstração: Seja r {\displaystyle r} uma reta que não está contida no plano π {\displaystyle \pi } . Ainda, por hipótese, seja r {\displaystyle r} paralela a uma reta s {\displaystyle s} contida em π {\displaystyle \pi } . Logo, r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} não se interseccionam e existe um plano β {\displaystyle \beta } que contém r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} (pela definição de retas paralelas). Por construção, s {\displaystyle s} {\displaystyle \subset } β {\displaystyle \beta } e s {\displaystyle s} {\displaystyle \subset } α {\displaystyle \alpha } , sendo β {\displaystyle \beta } {\displaystyle \neq } π {\displaystyle \pi } . Ou seja, s {\displaystyle s} é a reta de intersecção dos planos α {\displaystyle \alpha } e β {\displaystyle \beta } . Supomos que r {\displaystyle r} e π {\displaystyle \pi } possuam um ponto P {\displaystyle P} em comum. Portanto, segue que P {\displaystyle P} {\displaystyle \in } π {\displaystyle \pi } e P {\displaystyle P} {\displaystyle \in } β {\displaystyle \beta } (já que r {\displaystyle r} {\displaystyle \subset } β {\displaystyle \beta } ). Desse modo, P {\displaystyle P} pertence a intersecção de π {\displaystyle \pi } e β {\displaystyle \beta } , ou seja, P {\displaystyle P} {\displaystyle \in } s {\displaystyle s} . Logo, P {\displaystyle P} {\displaystyle \in } r {\displaystyle r} e P {\displaystyle P} {\displaystyle \in } s {\displaystyle s} , o que é um absurdo, pois, por hipótese, r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} são paralelas e não possuem pontos em comum. Assim, concluímos que r {\displaystyle r} e π {\displaystyle \pi } não possuem pontos em comum, e portanto, r {\displaystyle r} é paralela à π {\displaystyle \pi } .
  3. Demonstração: Por hipótese, a reta r {\displaystyle r} e o plano π {\displaystyle \pi } são paralelos. Logo, eles não se interceptam. Construindo um plano α {\displaystyle \alpha } que contenha a reta r {\displaystyle r} e intercepte π {\displaystyle \pi } , obtém-se uma reta s {\displaystyle s} , resultante da intersecção dos planos π {\displaystyle \pi } e α {\displaystyle \alpha } . Note que as retas r {\displaystyle r} e s {\displaystyle s} pertencem ao plano α {\displaystyle \alpha } , porém não possuem pontos em comum. Assim, segue pela definição de retas paralelas, que r {\displaystyle r} é paralela a s {\displaystyle s} , ou seja, r {\displaystyle r} é paralela a uma reta do plano π {\displaystyle \pi } .

Ver também

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  • v
  • d
  • e
  1. «Paralelismo». Consultado em 27 de julho de 2018 
  2. a b c d e Dolce, Osvaldo; Pompeo, José Nicolau (2013). Fundamentos da Matemática Elementar 9: geometria plana 9 ed. São Paulo: Atual 
  3. Iezzi, Gelson; Dolce, Osvaldo; Degenszajn, David; Périgo, Roberto; Almeida, Nilze de (2004). Matemática: ciência e aplicações 2 ed. São Paulo: Atual. ISBN 85-357-0426-4 
  4. a b c d e f g Dolce, Osvaldo; Pompeo, José Nicolau (2013). Fundamentos da matemática elementar, 10: geometria espacial, posição e métrica. São Paulo: Atual 
  5. Paulo Antônio Fonseca Machado (2013). «Fundamentos da geometria espacial» (PDF) 
  6. a b Dante, Luiz Roberto (2010). Matemática: contexto e aplicações. 2. São Paulo: Ática 
  7. a b c d e f g Balestri, Rodrigo (2016). Matemática: interação e tecnologia. 3 2 ed. São Paulo: Leya 
  8. «Matemática analítica – Paralelismo e perpendicularismo entre retas». Blog do Enem 
  9. a b c De Maio, Waldemar; Chiummo, Ana (2008). Geometrias: geometrias analítica e vetorial: euclidianas e não-euclidianas. Rio de Janeiro: LTC 
  10. a b c d «Retas e planos» (PDF)