Abrilada

 Nota: Para a revolta em Pernambuco de 1832, veja Abrilada (Pernambuco).
 Nota: Para a revolta em Portugal em 1947, veja Junta de Libertação Nacional.
 Nota: Para a revolta em Portugal em 1961, veja Golpe Botelho Moniz.
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A Abrilada, na História de Portugal, foi uma revolta político-militar, de caráter absolutista, que teve lugar em Abril de 1824. Sucedeu a Vilafrancada (1823) e prenunciou a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834). Foi encabeçada pelo Infante D. Miguel e culminava o afastamento do rei, da família real e do reino do liberalismo. [1]

História

No dia 30 de Abril de 1824, o Infante D. Miguel, que havia sido nomeado generalíssimo do Exército Português, fez deter, nos calabouços do Castelo de São Jorge e nos da Torre de Belém, importantes personalidades civis e militares do país.[2] Entre elas destacavam-se as figuras do Intendente-geral da Polícia, barão de Rendufe, o duque de Palmela (então no governo em coligação com o conde de Subserra) e o visconde de Santa Marta. D. Miguel, que contava com o apoio de sua mãe Carlota Joaquina, considerava-os culpados de serem partidários do liberalismo e de conspirarem contra o pai, D. João VI.[2]

Na chamada «Proclamação da Abrilada», proferida nesta ocasião, D. Miguel diz ainda ser sua intenção acabar com o que denominava de "pestilenta cáfila de pedreiros-livres", numa referência à Maçonaria liberal e constitucional.[3][1]

Soldados! se o dia 27 de Maio de 1823 raiou sobremaneira maravilhoso, não será menos o de 30 de Abril de 1824; antes hum e outro irão tomar distincto lugar nas paginas da história Lusitana; naquelle deixei a Capital para derribar huma Facção desorganizadora, salvando o Throno, e o Excelso Rei, a Real Família, e a Nação inteira, dando mais hum exemplo de virtude á Sagrada Religião, que professamos, como verdadeiro sustentaculo da Realeza, e da Justiça; e neste farei triumfar a grande obra começada, dando-lhe segura estabilidade, esmagando de huma vez a pestilente cáfila dos Pedreiros Livres, que aleivosamente projectava alçar a mortifera fouce para àcabar, e de todo extinguir a Reinante Casa de Bragança.

Soldados! foi para este fim que vos chamei ás armas, plenamente convencido da firmeza do vosso caracter, da vossa lealdade, e do decidido amor pela Causa do Rei.

Soldados! sejais dignos de Mim, que o Infante D. Miguel, Vosso Commandante em Chefe, o será de vós. Viva ElRrei Nosso Senhor, Viva a Religião Catholica Romana, Viva a Rainha Fidelíssima, Viva a Real Família, Viva o Briozo Exercito Portuguez, Viva a Nação, Morram os malvados Pedreiros Livres.

Palacio da Bemposta 30 de Abril de 1824.

Infante C. em C.

Enviou, então, diversos corpos militares ao antigo Palácio dos Estaus (onde se situa hoje o Teatro Nacional D. Maria II), no Rossio, em Lisboa, aí instalando o seu quartel-general. Deu ordens ainda para que se impusesse cerco ao Palácio da Bemposta, onde estava o rei, acompanhado do seu conselheiro inglês, o general William Carr Beresford.

Para a resolução deste conflito foi determinante o apoio do corpo diplomático em Portugal, nomeadamente a acção do embaixador francês Hyde de Neuville.[2][1] Numa tentativa de apaziguamento, aquele diplomata conseguiu entrar no palácio e convencer o rei a chamar o filho.[1] Alcançou-se, desse modo, um acordo que fez regressar as tropas aos quartéis, mas que mantinha os detidos encerrados, com excepção de Palmela, que se refugiou num navio inglês, prosseguindo assim a situação de instabilidade política e militar.

Em Maio, os diplomatas ajudaram D. João VI a refugiar-se no navio britânico "HMS Windsor Castle", de onde tomou uma série de medidas: demitiu D. Miguel do seu cargo no Exército[1], ordenou a libertação dos presos políticos e a captura dos apoiantes do filho, que foi intimado a vir a bordo. Assim retido, D. Miguel foi obrigado a embarcar com destino à França na fragata Pérola, pondo-se fim à sublevação dos miguelistas.[2] O infante foi dali deportado para Viena[1], e Dona Carlota Joaquina foi internada no Palácio de Queluz.

Ver também

Referências

  1. a b c d e f Bigotte de Carvalho, Maria Irene (1997). Nova Enciclopédia Larousse vol. 1. Lisboa: Círculo de Leitores. p. 29. 314 páginas. ISBN 972-42-1477-X. OCLC 959016748 
  2. a b c d Infopédia. «Abrilada - Infopédia». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 8 de janeiro de 2023 
  3. «Documentos - A Abrilada». web.archive.org. 15 de março de 2009. Consultado em 8 de janeiro de 2023 

Ligações externas

  • Abrilada in Infopédia
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